Há no entanto alguns temas que me incomodam e sobre os quais quero dar a minha opinião.
As constantes referências aos Licenciados em Prótese, como se fossem estes a causa dos problemas que a classe atravessa.
Licenciei-me com mérito, com esforço e não me sinto nada arrependido das escolhas que fiz, do caminho que tracei e estou a trilhar.Trabalho arduamente todos os dias para conquistar o meu espaço nesta área e em nenhuma situação o canudo se sobrepôs á minha humildade e vontade de ser cada vez melhor naquilo que faço!
Eu confesso, consigo entender as vossas preocupações e acho que algumas medidas deveriam ser tomadas sob pena de uma excessiva saturação do mercado.
Acham que é este o caminho certo para a melhoria da classe?
Eu concordo com Tabelas competitivas, mas por exemplo uma coroa Metalo-Cerâmica rondar os 50 Euros não é um preço competitivo, é uma facada na própria classe e tenho a certeza que não há milagres, esse preço tem que ser explicado pela falta de qualidade, tanto na execução técnica como nos materiais utilizados.
Enquanto andamos em guerras desnecessárias que levam á baixa das tabelas, os médicos dentistas aplaudem e agradecem a ajuda!
Marcou presença, ainda que por breves minutos, o Dr. Fernando Guerra, candidato à Ordem dos médicos dentistas nas próximas eleições.
Expôs as linhas gerais da candidatura, onde ressalvo e congratulo-me com a vontade de reforçar laços e sinergias entre Técnicos e Dentistas, através das instituições que os representam! A ver vamos.....na minha opinião só o simples facto de não estar contra nós (como acontece descaradamente com o actual bastonário) já é positivo!
Voltando á questão dos Licenciados...........
Outra preocupação evidenciada era o facto dos Licenciados que, imediatamente após a conclusão dos estudos optavam por investir e abrir o seu próprio Lab.Sugeriram que existisse um período mínimo para o que o Licenciado pudesse abrir o seu lab!
Uma vez mais as leis do mercado tratam de tudo, os que optarem por abrir imediatamente o seu lab, só terão sucesso se tiverem qualidade no seu trabalho....mas talvez seja mesmo este o ponto de tanto incómodo junto da classe, jovens com qualidade que aos poucos vão retirando o mercado da letargia em que este se encontrava!
Participaram na assembleia cerca de 40 pessoas, num universo que ronda os 350 Associados, representando aproximadamente 950 Técnicos. Dados estes números não se pode dizer que foi uma assembleia muito participada, acrescentando que a média de idades dos presentes deveria rondar os 50 anos (como é óbvio não andei a perguntar a idade dos presentes, este numero apresenta-se como uma estimativa).
Com os licenciados a lutarem do vosso lado, muito possivelmente as questões pendentes da nossa profissão já teriam sido resolvidas, ou teriam pelo menos outra força para se fazerem ouvir!
Outra questão pertinente levantada foi relativa aos cursos profissionais que estão a surgir, principalmente na zona norte do país e com o qual é atribuído o título de Técnico Auxiliar Prótésico.
São cursos Profissionais de Nível III, sob tutela do Ministério da Educação, com ligação directa ao IEFP e Prodep.
Os culpados são as pessoas que repetidamente procuravam e procuram o IEFP para suprir falta de mão de obra nos seus laboratórios.
Até aqui nada de errado, o problema é que o fazem, procurando mão de obra barata e não qualificada! É uma opção legítima, mas agora surge o reverso da medalha.
Os cursos têm ligação ao IEFP (regula as entidades formadoras) e este, após consecutivas visitas aos seus serviços em busca de jovens sem formação (sabemos como são aliciantes os benefícios de empregar jovens á procura do 1º emprego) , deu o feed-back ao ministério da educação de que haveria uma lacuna a este nível intermédio de formação e competência.
O que o Ministério da Educação fez (julgo que depois de consultar o Ministério da Saúde) , foi criar esses cursos para suprir essa lacuna que julgava existir.
